7 de dezembro de 2025
Victor Meirelles - Divulgação 1

Da dor nasceu o propósito. Criado no complexo de favelas da Coreia, na zona oeste do Rio de Janeiro, Victor Meirelles conheceu cedo as marcas deixadas pela violência e pelo preconceito. O que poderia ter se transformado em um fardo permanente, ele converteu em força. Hoje, é Mestre de Cultura Contemporânea, doutorando e Mestre em Psicossociologia da Saúde, além de pós-graduado em Filosofia e Direitos. Autor do livro “Bullying, qual é a graça?” (Wak Editora), Victor é uma das vozes mais contundentes no combate ao bullying e à intolerância nas escolas brasileiras.

“Eu fui alvo do bullying, mas escolhi não ser definido por ele. Quis transformar a dor em caminho, e o caminho em cura coletiva”, conta Victor, que percorre o país levando palestras, projetos e formações sobre convivência ética, empatia e enfrentamento à violência.

O poder do diálogo para transformar realidades

Para Victor, o combate ao bullying começa onde tudo deveria florescer: nas relações. Dentro de casa, ele defende a criação de espaços de diálogo genuíno, onde crianças e adolescentes se sintam ouvidos e acolhidos. Nas escolas, propõe que o respeito à diversidade seja prática diária, sustentada por projetos que ensinem empatia e cooperação.

“Quando as pessoas se escutam de verdade, o preconceito perde força”, diz. Programas como Escola Sem Bullying são exemplos que unem alunos, famílias e professores em torno da construção de uma cultura de paz.

Educação emocional: o escudo invisível da infância

Em suas pesquisas, Meirelles aponta a educação emocional como ferramenta essencial para prevenir violências. Ele incentiva o uso da arte, do teatro e de jogos cooperativos para ensinar crianças a reconhecer e expressar emoções de forma saudável. Nas escolas, defende a inclusão do tema no currículo, com práticas que reforcem a empatia e a resiliência.

Victor Meirelles

“A escola não forma apenas mentes, forma corações. Ensinar a lidar com sentimentos é preparar cidadãos mais humanos.”

Quebrando preconceitos, abrindo caminhos

Victor também é um defensor incansável da educação antidiscriminatória. Ele acredita que o enfrentamento do bullying passa pelo rompimento de estereótipos de gênero, raça, classe e capacidade. “A inclusão começa quando reconhecemos o outro em sua totalidade e o respeitamos por quem ele é.” Projetos que celebram as culturas afro-brasileira e indígena, e ações que discutem temas como machismo, LGBTQIA+fobia e capacitismo, são caminhos concretos para a mudança.

A força das redes e o papel da comunidade

Outro ponto que Victor enfatiza é a importância da união. Famílias, escolas e comunidade precisam caminhar juntas no enfrentamento à violência. Ele propõe a criação de grupos de apoio e a atuação conjunta com psicólogos, assistentes sociais e mediadores de conflitos. “Ninguém educa ou protege uma criança sozinho. Cuidar é um ato coletivo.”

Arte: o refúgio da alma e o motor da inclusão

A arte é, segundo Victor, um meio poderoso de cura e transformação. Oficinas de teatro, pintura, música e dança ajudam crianças e jovens a dar voz a emoções reprimidas e a reconstruir a autoestima. “Eu acredito na arte como ferramenta de inclusão. Ela abre portas internas e externas, transforma silêncio em expressão e solidão em pertencimento.”

Educação e políticas que salvam

Victor também destaca o papel vital de políticas públicas fortes e comprometidas. Ele defende a ampliação da Lei nº 13.185/2015 (Lei do Bullying) e investimentos em programas permanentes de prevenção. Além disso, reforça a formação continuada de pais, professores e profissionais da educação como parte dessa transformação.

“O bullying é um alerta social. Cada criança ferida é um pedido de ajuda da sociedade por mais humanidade.”

Onde conhecer mais sobre o trabalho de Victor

Quem quiser conhecer mais sobre a trajetória de Victor Meirelles, suas palestras e projetos artísticos, pode visitar seu perfil no Instagram (@victormeirellesator).​​

O livro “Bullying, qual é a graça?” está disponível para compra em livrarias como Magazine LuizaLivraria Martins Fontes e na Editora Wak.

Entre a dor e a superação, Victor Meirelles construiu pontes. Sua história inspira, emociona e, sobretudo, convida à ação. Porque combater o bullying é mais do que proteger — é escolher um futuro em que ninguém precise se esconder para ser quem é.

1 thought on “Victor Meirelles: de vítima do bullying a voz ativa pela inclusão e pela paz nas escolas

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